Queremos sensibilizá-lo!

No âmbito da unidade Curricular Psicologia II do 2º ano da Licenciatura em Cardiopneumologia da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra realizar-se-á um estudo denominado “Programas de Promoção de Saúde na (Pré) Obesidade.”

O objectivo principal deste blogue é sensibilizar a população em geral, apresentando a (pré) obesidade como factor propício a alterações cardio-respiratórias, apoiando-se em resultados conseguidos através de provas de intervenção da área da Cardiopneumologia: Prova de Esforço e Estudo Funcional Respiratório.

Para isso, iremos recorrer a uma população alvo constituída por seis indivíduos com idades compreendidas no intervalo [17,48] anos, de ambos os sexos. Três deles possuem um Índice de Massa Corporal (I.M.C.) considerado normal (18,5 – 24,9 kg/m2) e os outros três indivíduos um I.M.C. acima dos valores normais (≥ 25.0 kg/m2).

Este estudo irá decorrer na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, instituição integrante do Ensino Superior com 8 Cursos de Licenciatura, 4 de Pós-Graduação, 3 Mestrados e 976 alunos inscritos.

Nota: na parte direita do blogue poderá calcular o seu I.M.C. para saber qual o seu nível!

O trabalho de campo

Conceitos-chave

Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade.” - Organização Mundial de Saúde

Promoção da saúde: “é um processo amplo por meio do qual os indivíduos, os grupos e as comunidades melhoram o seu controlo sobre os determinantes pessoais e ambientais da saúde.” (Costa e Lopes, 1969)

Educação para a saúde: “(…)uma acção exercida sobre os indivíduos no sentido de modificar os seus comportamentos, a fim de adquirirem e conservarem hábitos de saúde saudáveis, aprenderem a usar judiciosamente os serviços de saúde que têm à sua disposição e estarem capacitados para tomar, individual ou colectivamente, as decisões que implicam a melhoria do seu estado de saúde e o saneamento do meio em que vivem.” - Organização Mundial de Saúde





Objectivos:

- Estudar as alterações cardio-respiratórias adversas ao excesso de peso confrontando-os com o grupo das pessoas com I.M.C. normais.
- Sensibilizar a população em geral, não apenas as pessoas que se encontram no intervalo de idades estudado, para a existência da obesidade na nossa sociedade, bem como as suas causas e consequências.
- Alertar a comunidade para a necessidade de se informarem mais e melhor acerca desta patologia com efeitos sociais, psicológicos e fisiológicos adversos, que culminam numa degradação da qualidade de vida.


Metodologia









 
 









Divulgação: sensibilização

 











Expectativas do Blogue
 
- Sensibilização da população em geral - Promoção de Saúde
- Adesão positiva ao blogue e ao estudo em questão
- Incentivar alguns alunos do curso de Dietética e Nutrição a darem continuidade, duma ou outra forma, a este projecto, através do contacto formal coma directora do curso: Professora Helena Loureiro



Resultados do Estudo

A tabela seguinte sintetiza os resultados obtidos pelos indivíduos da população alvo em questão. A saber:

De acordo com a tabela supra referida, o indivíduo 1, com IMC de 27,34 (pré-obesidade), na prova de esforço, apresentou uma tensão arterial máxima de 220/85 mmHg (o qual já se encontra ligeiramente elevado) e uma frequência cardíaca máxima de 143 bpm. Esta última, e estando o individuo em questão, sob terapêutica anti-arrítmica, não aumentou mais. Para além disso, a prova revelou-se submáxima (83% da FCmax) e de razoável capacidade funcional, com término por fadiga máxima aos 09:40. Relativamente aos estudos ventilatórios, obtivemos volumes e débitos dentro dos valores da normalidade, revelando-se, assim, um estudo ventilatório normal.
link para visualização da prova: Indivíduo 1





Quanto ao indivíduo 2, com IMC de 24,30 (normal), na prova de esforço, revelou uma Frequência Cardíaca máxima de 187 bpm e uma Tensão Arterial máxima de 180/80 mmHg, os quais estão dentro do valor da normalidade. A prova foi máxima (92% da FCmax) com boa capacidade funcional, terminada por fadiga máxima aos 13:33. Nos estudos ventilatórios, tanto os volumes como os débitos revelaram-se dentro dos valores de normalidade, traduzindo-se num estudo ventilatório normal.
link para visualização da prova: Indivíduo 2









































O indivíduo 3, com IMC de 21,74 (normal), revelava uma Frequência Cardíaca de base de 56 bpm. Na prova de esforço obteve uma Frequência Cardíaca Máxima de 177 bpm e uma Tensão Arterial máxima de 170/70 mmHg, valores que se encontram dentro da normalidade. A prova foi máxima (88% da FCmax), com boa capacidade funcional. A prova teve uma duração de 13:28. Em relação ao estudo ventilatório, este revelou-se normal, com os volumes e débitos dentro dos valores da normalidade.
link para visualização da prova: Indivíduo 3 










































No que toca ao indivíduo 4, com IMC de 37,83 (Obesidade de Grau II), registaram-se algumas alterações de base como desvio direito do eixo e ligeira repolarização precoce. Além disso, obteve-se uma frequência cardíaca máxima de 200 bpm e uma tensão arterial máxima ligeiramente elevada de 180/80 mmHg. A prova terminou por fadiga máxima aos 09:14, revelando-se máxima (117% FCmax.) com uma capacidade funcional razoável. Relativamente ao estudo ventilatório, os volumes e débitos registados foram normais, concluindo-se um estudo funcional normal.
link para visualização da prova:Indivíduo 4











































Quanto ao indivíduo 5, com IMC de 19,81 (normal), apresentou uma Frequência Cardíaca Máxima de 178 bpm, uma Tensão Arterial Máxima normal de 140/60 mmHg. A prova terminou aos 11:02 por fadiga máxima, com boa capacidade funcional e revelando-se máxima (89% da FCmax). No que diz respeito aos estudos ventilatórios, obtivemos volumes e débitos dentro dos valores da normalidade, sendo, assim, um estudo ventilatório normal.
link para visualização da prova:Indivíduo 5











































Por último, o indivíduo 6, com IMC de 38,57 (Obesidade de Grau II). Registaram-se algumas alterações de base, nomeadamente uma ligeira repolarização precoce. Obteve-se uma frequência cardíaca máxima de 186 bpm e uma tensão arterial máxima ligeiramente elevada de 175/70 mmHg. A prova terminou por fadiga máxima aos 08:14, revelando-se máxima (92% FCmax.) com uma capacidade funcional razoável. Relativamente ao estudo ventilatório, os volumes e débitos registados foram normais, concluindo-se um estudo funcional normal.



























Apesar dos resultados...

Nota: O estudo ventilatório em todos os indivíduos da nossa amostra foi normal, uma vez que a mesma era reduzida e a probabilidade de encontrar indivíduos obesos com consequentes alterações ventilatórios, é baixa. No entanto, como forma de sustentar o nosso objectivo, apresentamos os dois seguintes casos:






Paciente Y
Sexo: Feminino
Idade: 69 anos
Peso: 122 kg
Altura: 159 cm

Note-se que os valores dos volumes e débitos pulmonares (centrais e periféricos) obtidos estão no limite da normalidade.
























Paciente X
Sexo: Masculino
Idade: 30 anos
Peso: 100 kg
Altura: 178 cm

Numa primeira avaliação ventilatória do paciente X em 2004, pesando 160kg, revelou volumes, capacidades e débitos pulmonares diminuídos. Após uma segunda avaliação, passado dois anos da anteriormente referida, constatou-se uma melhoria significativa dos débitos e dos volumes pulmonares devido à perda significativa (60kg) de peso por colocação de banda gástrica.


Conclusão

De acordo com os resultados obtidos no presente trabalho, pode concluir-se que todos os indivíduos estudados mostraram normalidade em relação ao estudo funcional respiratório, porém alguns deles, apresentando tendência ao desenvolvimento futuro de anormalidades com a persistência da obesidade.


No que diz respeito à Avaliação da Capacidade Funcional (Prova de Esforço), 3 dos indivíduos estudados (com pré-obesidade e obesidade de Grau II) revelaram alterações, que se mostram sucessivamente mais graves com o aumento do grau da obesidade. A prática regular de exercício físico programado e um controlo mais rigoroso na dieta podem promover mudanças significativas, reduzindo os riscos relacionados com doenças metabólicas e cardiorespiratórias.

Desta forma, aconselha-se modificações no estilo de vida com relação ao aumento dos níveis de actividade física.