Conceitos-chave
“Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade.” - Organização Mundial de Saúde
Promoção da saúde: “é um processo amplo por meio do qual os indivíduos, os grupos e as comunidades melhoram o seu controlo sobre os determinantes pessoais e ambientais da saúde.” (Costa e Lopes, 1969)
Educação para a saúde: “(…)uma acção exercida sobre os indivíduos no sentido de modificar os seus comportamentos, a fim de adquirirem e conservarem hábitos de saúde saudáveis, aprenderem a usar judiciosamente os serviços de saúde que têm à sua disposição e estarem capacitados para tomar, individual ou colectivamente, as decisões que implicam a melhoria do seu estado de saúde e o saneamento do meio em que vivem.” - Organização Mundial de Saúde
Objectivos:
- Estudar as alterações cardio-respiratórias adversas ao excesso de peso confrontando-os com o grupo das pessoas com I.M.C. normais.
- Sensibilizar a população em geral, não apenas as pessoas que se encontram no intervalo de idades estudado, para a existência da obesidade na nossa sociedade, bem como as suas causas e consequências.
- Alertar a comunidade para a necessidade de se informarem mais e melhor acerca desta patologia com efeitos sociais, psicológicos e fisiológicos adversos, que culminam numa degradação da qualidade de vida.
Metodologia
Divulgação: sensibilização
Expectativas do Blogue
- Adesão positiva ao blogue e ao estudo em questão
- Incentivar alguns alunos do curso de Dietética e Nutrição a darem continuidade, duma ou outra forma, a este projecto, através do contacto formal coma directora do curso: Professora Helena Loureiro
Resultados do Estudo
A tabela seguinte sintetiza os resultados obtidos pelos indivíduos da população alvo em questão. A saber:
De acordo com a tabela supra referida, o indivíduo 1, com IMC de 27,34 (pré-obesidade), na prova de esforço, apresentou uma tensão arterial máxima de 220/85 mmHg (o qual já se encontra ligeiramente elevado) e uma frequência cardíaca máxima de 143 bpm. Esta última, e estando o individuo em questão, sob terapêutica anti-arrítmica, não aumentou mais. Para além disso, a prova revelou-se submáxima (83% da FCmax) e de razoável capacidade funcional, com término por fadiga máxima aos 09:40. Relativamente aos estudos ventilatórios, obtivemos volumes e débitos dentro dos valores da normalidade, revelando-se, assim, um estudo ventilatório normal.
link para visualização da prova: Indivíduo 1
Quanto ao indivíduo 2, com IMC de 24,30 (normal), na prova de esforço, revelou uma Frequência Cardíaca máxima de 187 bpm e uma Tensão Arterial máxima de 180/80 mmHg, os quais estão dentro do valor da normalidade. A prova foi máxima (92% da FCmax) com boa capacidade funcional, terminada por fadiga máxima aos 13:33. Nos estudos ventilatórios, tanto os volumes como os débitos revelaram-se dentro dos valores de normalidade, traduzindo-se num estudo ventilatório normal.
link para visualização da prova: Indivíduo 2
O indivíduo 3, com IMC de 21,74 (normal), revelava uma Frequência Cardíaca de base de 56 bpm. Na prova de esforço obteve uma Frequência Cardíaca Máxima de 177 bpm e uma Tensão Arterial máxima de 170/70 mmHg, valores que se encontram dentro da normalidade. A prova foi máxima (88% da FCmax), com boa capacidade funcional. A prova teve uma duração de 13:28. Em relação ao estudo ventilatório, este revelou-se normal, com os volumes e débitos dentro dos valores da normalidade.
link para visualização da prova: Indivíduo 3
No que toca ao indivíduo 4, com IMC de 37,83 (Obesidade de Grau II), registaram-se algumas alterações de base como desvio direito do eixo e ligeira repolarização precoce. Além disso, obteve-se uma frequência cardíaca máxima de 200 bpm e uma tensão arterial máxima ligeiramente elevada de 180/80 mmHg. A prova terminou por fadiga máxima aos 09:14, revelando-se máxima (117% FCmax.) com uma capacidade funcional razoável. Relativamente ao estudo ventilatório, os volumes e débitos registados foram normais, concluindo-se um estudo funcional normal.
link para visualização da prova:Indivíduo 4
Quanto ao indivíduo 5, com IMC de 19,81 (normal), apresentou uma Frequência Cardíaca Máxima de 178 bpm, uma Tensão Arterial Máxima normal de 140/60 mmHg. A prova terminou aos 11:02 por fadiga máxima, com boa capacidade funcional e revelando-se máxima (89% da FCmax). No que diz respeito aos estudos ventilatórios, obtivemos volumes e débitos dentro dos valores da normalidade, sendo, assim, um estudo ventilatório normal.
link para visualização da prova:Indivíduo 5
Por último, o indivíduo 6, com IMC de 38,57 (Obesidade de Grau II). Registaram-se algumas alterações de base, nomeadamente uma ligeira repolarização precoce. Obteve-se uma frequência cardíaca máxima de 186 bpm e uma tensão arterial máxima ligeiramente elevada de 175/70 mmHg. A prova terminou por fadiga máxima aos 08:14, revelando-se máxima (92% FCmax.) com uma capacidade funcional razoável. Relativamente ao estudo ventilatório, os volumes e débitos registados foram normais, concluindo-se um estudo funcional normal.
Apesar dos resultados...
Nota: O estudo ventilatório em todos os indivíduos da nossa amostra foi normal, uma vez que a mesma era reduzida e a probabilidade de encontrar indivíduos obesos com consequentes alterações ventilatórios, é baixa. No entanto, como forma de sustentar o nosso objectivo, apresentamos os dois seguintes casos:
Paciente Y
Sexo: Feminino
Idade: 69 anosPeso: 122 kg
Altura: 159 cm
Note-se que os valores dos volumes e débitos pulmonares (centrais e periféricos) obtidos estão no limite da normalidade.
Paciente X
Sexo: Masculino
Idade: 30 anos
Peso: 100 kg
Altura: 178 cm
Numa primeira avaliação ventilatória do paciente X em 2004, pesando 160kg, revelou volumes, capacidades e débitos pulmonares diminuídos. Após uma segunda avaliação, passado dois anos da anteriormente referida, constatou-se uma melhoria significativa dos débitos e dos volumes pulmonares devido à perda significativa (60kg) de peso por colocação de banda gástrica.
Conclusão
De acordo com os resultados obtidos no presente trabalho, pode concluir-se que todos os indivíduos estudados mostraram normalidade em relação ao estudo funcional respiratório, porém alguns deles, apresentando tendência ao desenvolvimento futuro de anormalidades com a persistência da obesidade.
No que diz respeito à Avaliação da Capacidade Funcional (Prova de Esforço), 3 dos indivíduos estudados (com pré-obesidade e obesidade de Grau II) revelaram alterações, que se mostram sucessivamente mais graves com o aumento do grau da obesidade. A prática regular de exercício físico programado e um controlo mais rigoroso na dieta podem promover mudanças significativas, reduzindo os riscos relacionados com doenças metabólicas e cardiorespiratórias.
Desta forma, aconselha-se modificações no estilo de vida com relação ao aumento dos níveis de actividade física.