Queremos sensibilizá-lo!

No âmbito da unidade Curricular Psicologia II do 2º ano da Licenciatura em Cardiopneumologia da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra realizar-se-á um estudo denominado “Programas de Promoção de Saúde na (Pré) Obesidade.”

O objectivo principal deste blogue é sensibilizar a população em geral, apresentando a (pré) obesidade como factor propício a alterações cardio-respiratórias, apoiando-se em resultados conseguidos através de provas de intervenção da área da Cardiopneumologia: Prova de Esforço e Estudo Funcional Respiratório.

Para isso, iremos recorrer a uma população alvo constituída por seis indivíduos com idades compreendidas no intervalo [17,48] anos, de ambos os sexos. Três deles possuem um Índice de Massa Corporal (I.M.C.) considerado normal (18,5 – 24,9 kg/m2) e os outros três indivíduos um I.M.C. acima dos valores normais (≥ 25.0 kg/m2).

Este estudo irá decorrer na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, instituição integrante do Ensino Superior com 8 Cursos de Licenciatura, 4 de Pós-Graduação, 3 Mestrados e 976 alunos inscritos.

Nota: na parte direita do blogue poderá calcular o seu I.M.C. para saber qual o seu nível!

Actividade Física

Definição de Actividade Física

A actividade física é consensualmente definida como todo e qualquer movimento corporal produzido pela contracção músculo-esquelético resultando num gasto energético. Já o conceito de exercício físico definido por Caspersen e col, (1985), é mais especificamente, uma actividade repetida e estruturada que visa a obtenção dum objectivo concreto tendo em vista a manutenção ou melhoria da aptidão física.

De acordo com Bouchard e Shephard (1994), a actividade física é claramente a componente mais variável de todos os factores que influenciam o gasto energético diário. A ausência de actividade física origina uma maior acumulação energética, podendo ser um factor para o desenvolvimento da obesidade (Mota, 2002).

Hoje sabe-se que a actividade física, nas suas respectivas vertentes, como a utilitária (andar, subir e descer escadas, jardinagem), a educação física e o desporto, executados de uma forma moderada, é favorável à manutenção da saúde e ajuda também na prevenção das doenças (Nunes, 1999). Não obstante esta evidência, bem como a aceitação aparentemente generalizada da importância da actividade física, milhões de pessoas optam por um estilo de vida sedentário.

As actividades de lazer, tais como, ver televisão, jogar videojogos e navegar na Internet parecem ser as principais responsáveis pelo aumento do sedentarismo de crianças e adolescentes (McCann, 2005). Outros estudos demonstram que ver televisão é a actividade de lazer em que as crianças gastam mais tempo (Comittee on Nutrition, 2003).

Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que nos países desenvolvidos mais de dois milhões de mortes são atribuíveis ao sedentarismo, e que 60% a 80% da população mundial não é suficientemente activa para obter benefícios na saúde (OMS, 2002). Este cenário revela-se propício ao desenvolvimento de problemas graves para a saúde.

Segundo a British Medical Association (2005) a prática de actividade física, em todas as idades, é essencial para uma boa saúde, sendo indispensável para o controlo do peso e do balanço energético. Esta prática, durante a infância, apresenta uma série de benefícios, possibilitando um crescimento saudável, bem-estar psicológico e diminuição de alguns factores de risco, tais como a hipertensão, o colesterol elevado (British Medical Association, 2005) e obesidade (Clark e col., 1988).

Numa análise geral de tudo o que foi referido anteriormente, podemos concluir que o dia-a-dia de muitos adolescentes tem vindo a ceder cada vez mais espaço ao sedentarismo (Carmo, 1999).

Nesta perspectiva a actividade física assume-se como um factor de prevenção de uma série de doenças associadas à inactividade física. A infância e a juventude são consideradas idades fundamentais para a promoção de hábitos de actividade física que perdurem para toda a vida. De facto, a promoção da actividade física na infância e juventude baseia-se, em parte, no pressuposto de que os hábitos de actividade física se desenvolvem durante estes períodos e se mantêm até à idade adulta (Lopes e Maia, 2004).

A constatação da prevalência de indivíduos com sobrepeso e obesidade fornece dados que realçam a importância de programas de educação para a saúde que integrem a prática orientada de actividade física e a instalação de hábitos alimentares saudáveis, como medidas preventivas.


Fonte: American College of Sports Medicine; American Heart Association; British Medical Association, Themudo e col., (1997); WHO.


Programas

Actividade Física na redução de peso

Existem fortes evidências que a perda de peso e a redução da obesidade abdominal reduzem os riscos para doenças coronárias e os riscos associados em indivíduos com sobrepeso. Segundo McLnnis (2000), a actividade física com suficiente intensidade, duração e frequência tem um efeito favorável na redução do peso, conteúdo total de gordura, e na distribuição da gordura corporal.

Estudos que compararam “dietas”, “exercício” ou a combinação de ambos, sugerem que a dieta é mais efectiva do que o exercício como causa inicial da perda de peso. (King e Tribble, 1991). No entanto, o exercício físico regular parece ser um dos melhores preditores do sucesso na manutenção do peso. (Pronk e Wing, 1994).

A actividade física é de extrema importância nos mecanismos de emagrecimento, pelas seguintes razões:

. Dispêndio energético durante a sua execução;
. Aumento da termogénese alimentar;
. Aumenta o metabolismo em repouso após o final do exercício;
. Potencializa a acção da restrição calórica;
. Aumenta a aderência à correcção alimentar, na medida que esta poderá ser menos restritiva;
. A perda ponderal realiza-se menos à custa da massa magra e mais à custa da massa gorda;
. Benéfica em combater factores de risco frequentemente associados à obesidade.


Características gerais dos Programas

Inúmeras são, as vezes, que a prática de actividade física/exercício físico é referida como uma ajuda para manter a massa magra em processos de perda de peso.

Geralmente, o peso corporal e a massa gorda diminuem com programas de treino cardiovascular, ao passo que a massa magra permanece constante ou aumenta.

Pretende-se que um programa de controlo de peso deva permitir uma diminuição da massa gorda, em simultaneidade com a manutenção ou um ligeiro aumento da massa magra.

Deste modo, o programa deve ter com consideração:

- Dieta adequada a cada indivíduo;
- Ingestão não inferior a 1200 cal/dia, no sentido de prover as necessidades nutricionais;
- Proporcionar um equilíbrio calórico negativo (não exceder as 500 a 1000 cal/dia) ocasionando uma gradual perda de peso (máximo de 1 Kg/semana)
- Incluir um programa de exercício com treino cardiovascular e treino de força;
- Os novos hábitos alimentares e de exercícios físico devem ser continuados por toda a vida para manter o peso corporal obtido.

O American College of Sports Medicine (2001) recomenda uma combinação entre a redução de ingestão de energia e o aumento da energia dispendida, através da prática de actividade física.

É aconselhado um défice de 500 a 1000 kcal da energia a consumir. Além disso, parece que uma redução de 30% da quantidade de gordura a ingerir pode facilitar uma redução do peso corporal através da redução do total da energia consumida.

É também recomendado que os indivíduos com excesso de peso e obesos aumentem progressivamente o seu nível actividade física por semana. No mínimo 150 minutos de actividade física moderada. Recentes evidências científicas salientam que é desejável que a duração da actividade física se prolongue um pouco mais atingindo os 200 – 300 minutos (3.3 – 5 h) por semana, para que exista uma redução e manutenção da perda de peso.

Quanto ao tipo de actividade física, a recomendação incide em actividades aeróbias e contínuas que exercitem os grandes grupos musculares, pois são as que implicam um maior gasto calórico, para além de promoverem o metabolismo das gorduras. O treino da força é também importante, pois promove mudanças favoráveis na composição corporal e induz a um aumento significativo do metabolismo basal.

Benefícios associados à perda de peso

São vários os benefícios decorrentes da perda de peso. Apresentamos alguns deles:

- Redução da pressão arterial;
- Diminuição do risco de desenvolver diabetes;
- Redução do colesterol, dos triglicéridos, da LDL;
- Melhoria da tolerância à glucose e sensibilidade à insulina;
- Redução de sintomas de artrite por diminuição do stress articular.


Exemplos de programas de Treino

Em termos gerais, um programa de exercício físico deve contemplar treino cardiovascular, treino de força e treino de flexibilidade.

Existem várias propostas de prescrição de treino para perda de peso, aqui apenas pretendemos apresentar algumas delas.



Toda esta informação foi retirada do site: http://www.obesidade.info/index.htm